segunda-feira, 18 de dezembro de 2017

Vícios e jogos de computador

Começo por declarar que cá em casa não temos restrições, proibições e limites para o que as crianças podem jogar computador.


(Temos horas para comer, dormir e tomar banho; temos tarefas domésticas para fazer e trabalhos de casa que são facultativos desde que sejam elas a gerir as professoras!)

Ontem no facebook alguém comentava que há o risco do vício do jogo e que as crianças podem ficar agarradas aos computadores. Lá respondi que aqui por casa a questão não se punha.

Hoje saí para trabalhar e as crianças ficaram em casa de férias. Quando regressei ainda me ocorreu a preocupação, porque não estive em casa, porque não lhes dei alternativas interessantes e vinha a pensar que tipo de desafio deveria lançar para que largassem os computadores.

A mais nova esteve a fazer vídeos sobre o World of Warcraft - a explicar como se joga, e sobre o Minecraft - com uma história imaginada. Sozinha, escreveu o guião, com os diálogos num ficheiro de word, anotou e calculou os tempos de cada parte do vídeo porque não podia exceder 7 minutos (o tempo ideal de um video no youtube, segundo uma pesquisa que ela mesma fez), fez um cartaz duplo para a porta do escritório para avisar os adultos de quando está a gravar para não interromperem, distribuiu papéis pelos amigos, ensaiou e gravou alguns vídeos.

Tem 8 anos e não é um génio. É uma criança normal, que acha a matemática aborrecida e o melhor da escola são os recreios.

Mas tem um computador, livre acesso e muitos jogos para jogar. Não tem que jogar tudo hoje, inventa os seus próprios desafios dentro dos jogos, convida amigos. E tem uma família que adora jogar com ela.

Em família fazemos raids no Minecraft em busca de monstros estranhos no end; também em família comprámos espadas de borracha na Lisbon Games Week, com que brincamos pela casa fora; também temos o jogo de tabuleiro do Minecraft e legos do Minecraft.

Estou mesmo convencida que o estímulo que recebe é muita cumplicidade, muito companheirismo dentro de casa e os jogos são ferramentas, são utensílios, que usamos em conjunto para nos divertirmos.

Ah! É da idade! Ainda não tem idade para ser viciada.

A mais velha saiu do jogo quando quis, e foi pintar. Esta a pintar uma prenda de natal secreta. Mas também arrumou o quarto e esteve a pesquisar livros do World of Warcraft para pedir de prenda no natal. E por causa dos jogos leu o senhor dos anéis em inglês, quando tinha 10 anos.

Os jogos de azar são viciantes - o casino, as raspadinhas, o euromilhões.

Os videojogos, os jogos de estratégia, são campos. Melhores que as redes sociais, melhores que a televisão e os seus 200 canais, melhores que as claques de futebol e melhores que as juventudes partidárias para o desenvolvimento pessoal, para aumentar as notas, para escolher uma carreira e descobrir um futuro, para ter oportunidades, para tantas coisas.

Cá em casa, os jogos (de computador ou de tabuleiro) são pontos de encontro.



domingo, 10 de dezembro de 2017

Hoje toda a gente estava a jogar alguma coisa




6pm... a mais nova joga Minecraft, a mais velha Life is Strange, o pai joga um Zombie Panic qualquer no Steam e eu estou a brincar com a minha Draenei no World of Warcraft. Há dias em que jogamos em conjunto e nas conversas há mesa ensinamos sempre uns truques porreiros uns aos outros - hoje descobri como se fazem batalhas com pets e vou mostrar-lhes :)

7pm... devia ir fazer o jantar.... mas estou aqui a jogar World of Warcraft e as minhas missões são todas dungeons, ou seja, não dá para parar a meio e só faltam mais 6....

8pm... ok, se não páro com isto hoje ninguém janta. Levanto o rabo da cadeira e vou fazer jantar, coisa simples, daquelas que é só pôr o arroz a fazer e tirar os douradinhos do congelador. Grito pela mais velha para pôr a mesa - Não posso mãe, estou a meio de uma dungeon. Raios. A miúda não só me deixou a mesa para pôr como ainda "cheirou" que eu tinha saído do jogo. A sério?

9pm... acabámos de jantar e vimos o Blade Runner. Entre écrans todo o sábado. No domingo vamos esticar as pernas para qualquer lado.

quarta-feira, 6 de dezembro de 2017

Hoje jogámos UBONGO

Hoje cheguei a casa cansada, com a cabeça cheia de tantas coisas que estão a meio e que ainda tenho que terminar antes de me deitar... a maioria delas para ler ou escrever...

A miúda mais nova tinha saudades de mãe. Estava meio tristinha, foi para o banho sozinha e depois precisava de um colo.

Larguei as tralhas, pensei num jantar mais simples e que se lixe que hoje atrasa a hora cá por casa....



E assim foi, sentámos no chão da sala, a jogar Ubongo. Só as duas. E aproveitámos para falar sobre a escola, sobre as formas, sobre as coisas que são difíceis, sobre peças e rimos um bom bocado as duas. Depois fomos as duas para a cozinha fazer o jantar - e como tinha uma ajudante, até chegou tudo mais depressa à mesa.

A verdade é que estes 30 minutos que o jogo durou, me aproximaram da minha princesa mais pequena e foram a minha maneira de lhe dizer que é mais importante do que arrumar a roupa ou fazer os trabalhos de casa.

Sabes que és um Gamer quando...




... estás a fazer o jantar, vais avisar a tua filha mais velha para por a mesa e deixas queimar a comida porque te distraíste a ajudá-la a derrotar um monstro para levar a cabeça como troféu. Vá lá, ela estava no seu primeiro wow group…..



.... obrigas as tuas filhas (com a mania que são da Horda) a gritar: Pela Aliança! 
Se quiserem esparguete em vez de arroz de legumes!!!!

MUAHAHAHAHAH