quinta-feira, 29 de março de 2018

Minecraft na Idade da Pedra



Hoje aproveitámos as férias da Páscoa para começar uma série de vídeos de introdução ao Minecraft - daqueles que explicam o que são os primeiros passos.

A primeira fase é mesmo entrar no jogo, fazer as primeiras recolhas de materiais, construir a primeira casa, morrer no primeiro ataque de monstros nocturnos, sobreviver e chegar ao dia seguinte.

No caminho conversámos sobre o que é isso da Idade da Pedra e como os povos foram encontrando materiais novos para construir as suas armas e ferramentas, sobre a qualidade dos materiais e o que é isso de homens das cavernas.

Depois morremos às mãos dos monstros porque não estávamos preparadas, nem com uma casa para a noite, nem para um raid interminável - acho que em tanto tempo de Minecraft nunca conseguimos sobreviver a uma noite inteira de ataques. Fica o desafio.

No meio disto gravámos - com cuidado com a voz, com as frases completas, com atenção para dar sempre uma explicação completa do que estava a acontecer, num fantástico jogo de empatia.

Agora vamos aproveitar a tarde para uma abordagem mais técnica - instalar e usar um software de edição de vídeo, para pôr títulos e créditos e cortar aqueles gritos de susto quando aparecem os primeiros monstros..... ou se calhar esses ficam porque foi a altura mais animada!

O que se aprende a jogar? Tanta coisa. Foi o mais importante? Nem por isso.

Importante mesmo é que partilhámos momentos, divertimo-nos juntos, falámos a mesma linguagem.

domingo, 25 de março de 2018

Mamããããããã.... o meu ovo não hatcha!!!!!!!!!!!!!!



Ah! Pois é! Ser mãe também é isto:
Domingo pela tarde, depois do almoço, saboreio um vinho com o maridão depois de uma refeição criativa, as miúdas a brincar, o sol a brilhar lá fora e eu a pensar que seria bom darmos uma voltinha por aí....

- Mamã.... o meu ovo não hatcha!!!!!!!!!!!!!!!

Pois. Os meus também não, até porque não sei o que é isso. Munida da coragem de um warrior e da paciência de uma worrier, lá vou eu googlar para descobrir o que é isso de hatchar um ovo de gallimimus no mod jurassic do Minecraft.

Se eu responder à minha mãe, que me telefona, com a verdade.... demorarei uma semana a terminar este telefonema, portanto desvio e sigo adiante.

Ora bem, o google tem tudo o que preciso, em menos de 5 minutos descubro que depois de tudo instalado demora dois dias para hatchar, dois dias de minecraft, o que corresponde a uns 20 minutos?

Bem, a verdade é que gosto de estar presente para resolver problemas, gosto de explicar que nem sempre sabemos as respostas para tudo, mas que temos que insistir e procurar. Temos que ser persistentes e ir em busca das respostas, porque nós conseguimos.

E assim é. Procuramos. Pesquisamos. Encontramos. Aplicamos. Et voilá. O bicho aparece. Celebramos.

Ser mãe, para mim, é muito isto: estar presente para incentivar, para ajudar a esperar, para ir conversando, para partilhar dúvidas e conquistas. E transmitir à minha filha o que de melhor eu tenho, por ser gamer, a certeza de que as respostas existem e com treino serei capaz de solucionar todos os problemas. É o que espero delas.


domingo, 18 de março de 2018

Mamã... andei num caça!










Quando a nossa filha de 15 anos nos diz com um brilho nos olhos: "Mamã, estive num caça e experimentei o simulador, e foi espectacular, e quero ir outra vez, mas fica descansada que não desisti de ser astrónoma para ir para a tropa".... como mãe não podia ficar mais feliz.


Desta vez foi na Futurália e para além dos caças andou por lá a ver universidades americanas e inglesas, a sonhar com o futuro, a pensar na vida. E para mim, é para isto que servem os eventos e todos os adolescentes, em formação num mundo global, desorientados num país em crise, únicas vítimas ignoradas de uma escola que se está nas tintas para eles como pessoas, todos os adolescentes, dizia eu, deviam ter a oportunidade de visitar eventos destes pelo menos uma vez por mês.

Os bilhetes até podiam ser gratuitos, com uma visita aos anunciantes; podia ser visitada de semana ou fim de semana, em família ou com um grupo de amigos. Fica difícil arranjar desculpas para não ir.

E ali estavam os sonhos: pessoas de mundos diferentes, atividades diferentes, possibilidades diferentes; bolsas para quem não tem dinheiro para estudar no estrangeiro e empregos para quem não sabe em que é que gostava de trabalhar, mas sabe que adora estar perto das mais recentes tecnologias. A minha filha sossega-me quando me diz que não quer ir para a tropa, mas há outros patrocinadores, outras visões e uma janela para jovens que desistiram de estudar e a quem o mundo chama de perto para aventuras eventualmente mais aliciantes do que ser contabilista, farmacêutico ou técnico de saúde.

Deixo-vos com as palavras dela, mais eloquente que eu, também porque está habituada a visitar e a pensar nestes momentos.


"Fui à Futurália. A primeira coisa que se via era uma data de gente, uma data de cores e uma grande confusão. Destacava-se aquele verde meio estranho do exército.
Estava focada no meu objetivo de encontrar “coisas do espaço”: astronautas, astrofísicos, astrónomos, engenheiros aeroespaciais, alunos de cada uma das áreas e respetivos stands.
Chamou-me à atenção, logo perto da porta por onde entrámos, um cartaz, no meio de outros, do Aeronautical & Aerospace Institute of Puerto Rico, no meio de um espaço destinado a universidades Americanas. 

Aproximei-me dos caças F-16 da Força Aérea, onde nos explicavam como é que funciona um caça daqueles, o treino que um piloto tem de ter, para que servem alguns dos duzentos e quarenta e muitos botões que aquilo tem, etecetera. 
Quando chegou a minha vez, subi as escadas com um outro miúdo que teria mais ou menos a minha idade e que sabia daquilo que nem um profissional, portanto deu uma conversa bem gira na fila, quer com ele quer com um dos mecânicos da força aérea que lá estava e com quem falámos sobre o treino intensivo dos pilotos, a mecânica dos aviões em geral e dos caças em particular…
Mas pronto, lá subimos a escada, eu deixei-o entrar primeiro porque ele é que era o grande conhecedor e entusiasta (depois de um “ladies first” e de um “sem problema”) e pus-me de cócoras ao pé do assento enquanto o segundo mecânico que lá estava explicava como funcionava o caça, o radar, a cadeira ejetável, o fato usado pelos pilotos, a pressão artificial, o ecrã de vidro onde a informação era projetada para que o/a piloto não tivesse de estar a olhar para todo o lado ao mesmo tempo, as alavancas que faziam o avião levantar ou descer ou acelerar ou abrandar, os pedais…
Então sentei-me eu. Pus-me em posição de voo, acelerei, travei, carreguei em botões, desliguei-os muito depressa (sabia que nada ia acontecer, mas todo o cuidado é pouco), descobri como disparar e como selecionar o que disparava, “virei” para a esquerda e para a direita (não fiz efeitos sonoros, mas arrependo-me)…
Não havia exatamente um leme ou um volante, o que foi esquisito porque esperava um daqueles guiadores tipo à filme, mas havia botões. Muitos. Botões. Tantos. Botões. Tantas alavancas. Tantas manivelas. Tanta. Coisa.

Toda a feira foi muito divertida e emocionante, cheia de imensas coisas novas e giras para descobrir. Cheguei a casa cheia de panfletos de uma data de universidades e websites e contactos, e com a sensação de que era uma pessoa relevante, capaz de fazer coisas e que é levada em conta. Senti-me muito bem quando as pessoas falaram comigo, quando explorei aqueles mundos que até agora tinham estado tão distantes, quando responderam às minhas perguntas e foram simpáticos comigo. Mal posso esperar para poder sentir-me assim de novo."